sexta-feira, 7 de agosto de 2009

PRISIONEIRA


Eu odeio teu jeito cruel de me acorrentar
para tornar-me prisioneira tua
e odeio quando temes que eu fuja
e, então, me amarras inteiramente
Odeio que me amordaces
só para não lembrares que posso gritar
e odeio teu impiedoso braço
a me esquartejar com uma lâmina afiada
Odeio que arranques de mim meus pedaços
e que, com medo de que eles escapem de ti,
os prendas em uma caixa
Odeio quando lacras essa caixa
para ter-me por inteira só tua
Então gozas de mim,
dizendo-me que sou livre e devo voar.

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